SATANIC HOLIDAYS/ DAYS OF CELEBRATION
SATANIC HOLIDAYS/ DAYS OF CELEBRATION
IC013: Satanic Holidays/ Days of Celebration
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Todas as imagens: José Cardoso
Formato: 20 x 14 cm / 28 páginas / Impressão laser CMYK (Epson Aculaser) em papel branco de 100g / Capa impressa a preto sobre cartolina Guarro preta de 160 g / Edição de 99 exemplares numerados
Execução gráfica: José Feitor, nos ateliers de Sta. Justa, Lisboa
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APRESENTAÇÃO
Depois de Pedro Lourenço com Blues Control, a bola passa para José Cardoso (membro do colectivo Salao Coboi): Satanic Holidays/ Days of Celebration é um verdadeiro exercício de deboche gráfico: uma longa série de estampas coloridas e tramadas em que a apropriação gráfica, alimentada por sobreposições, distorções e pelos inimitáveis apontamentos gráficos do José Cardoso (Fafe, 1984), nos remete para imagens cuja familiaridade é apenas aparente.
Neste all-colour zine, o Grande Satã vai de férias ao Hawaii!
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«Uma colecção de imagens heteróclitas, a maioria aparentemente roubadas de postais do Hawai, com belas raparigas, locais e da middle America, nos seus trajes sensuais e rodeadas das luxuriantes paisagens tropicais. Cenas de oferenda, alohas, festas, surf e camisas estampadas. Aqui ali, o decote generoso faz promessas de prazeres mais íntimos, aproxima-se de outros tons. Cada imagem mínima e digitalmente retocada, retorcendo, distorcendo obscurecendo e embrutecendo os rostos das raparigas. Ao ponto em que se parecem com monstros, ou daqueles espíritos mal capturados por fotografias de longa exposição. Misturadas por entre estes retratos, objectos vários, de canecas a ídolos, estátuas e totems, a maioria deles de uma família mais ou menos coesa de culturas antigas, violentas, ritualistas e sangrentas. Aos poucos, o sentido geral da publicação forma-se. Quase todas as imagens têm ainda uma outra camada de intervenção, sob a forma de pequenas estruturas gráficas, manchas, símbolos e elementos coloridos, alguns deles como rostos de criaturas queridas, típicas de um certo merchandising. Uns poucos parecem gatos, mas os outros são fantasmas, monstros, sóis e chamas. Numa imagem vemos um double whopper sorrindo, noutra um casal de storm troopers do Star Wars, de camisas floridas. A última imagem, um símbolo satânico, por sobre uma cena idílica na ilha vulcânica. O vulcão. Agora é que nos apercebemos que sob o solo desta paragem aparentemente paradisíaca existe uma história da violência da terra. Que se expressa nestas imagens como se José Cardoso tivesse tido acesso ou tivesse inventado uma câmara à la Nikola Tesla, e capturasse os demónios que se escondem na dobra dos raios de sol. Esta é uma brochura que se distribui numa agência de viagens que leva a sério a ideia do “Culto ao sol”. »
IC013: Satanic Holidays/ Days of Celebration
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Todas as imagens: José Cardoso
Formato: 20 x 14 cm / 28 páginas / Impressão laser CMYK (Epson Aculaser) em papel branco de 100g / Capa impressa a preto sobre cartolina Guarro preta de 160 g / Edição de 99 exemplares numerados
Execução gráfica: José Feitor, nos ateliers de Sta. Justa, Lisboa
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APRESENTAÇÃO
Depois de Pedro Lourenço com Blues Control, a bola passa para José Cardoso (membro do colectivo Salao Coboi): Satanic Holidays/ Days of Celebration é um verdadeiro exercício de deboche gráfico: uma longa série de estampas coloridas e tramadas em que a apropriação gráfica, alimentada por sobreposições, distorções e pelos inimitáveis apontamentos gráficos do José Cardoso (Fafe, 1984), nos remete para imagens cuja familiaridade é apenas aparente.
Neste all-colour zine, o Grande Satã vai de férias ao Hawaii!
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«Uma colecção de imagens heteróclitas, a maioria aparentemente roubadas de postais do Hawai, com belas raparigas, locais e da middle America, nos seus trajes sensuais e rodeadas das luxuriantes paisagens tropicais. Cenas de oferenda, alohas, festas, surf e camisas estampadas. Aqui ali, o decote generoso faz promessas de prazeres mais íntimos, aproxima-se de outros tons. Cada imagem mínima e digitalmente retocada, retorcendo, distorcendo obscurecendo e embrutecendo os rostos das raparigas. Ao ponto em que se parecem com monstros, ou daqueles espíritos mal capturados por fotografias de longa exposição. Misturadas por entre estes retratos, objectos vários, de canecas a ídolos, estátuas e totems, a maioria deles de uma família mais ou menos coesa de culturas antigas, violentas, ritualistas e sangrentas. Aos poucos, o sentido geral da publicação forma-se. Quase todas as imagens têm ainda uma outra camada de intervenção, sob a forma de pequenas estruturas gráficas, manchas, símbolos e elementos coloridos, alguns deles como rostos de criaturas queridas, típicas de um certo merchandising. Uns poucos parecem gatos, mas os outros são fantasmas, monstros, sóis e chamas. Numa imagem vemos um double whopper sorrindo, noutra um casal de storm troopers do Star Wars, de camisas floridas. A última imagem, um símbolo satânico, por sobre uma cena idílica na ilha vulcânica. O vulcão. Agora é que nos apercebemos que sob o solo desta paragem aparentemente paradisíaca existe uma história da violência da terra. Que se expressa nestas imagens como se José Cardoso tivesse tido acesso ou tivesse inventado uma câmara à la Nikola Tesla, e capturasse os demónios que se escondem na dobra dos raios de sol. Esta é uma brochura que se distribui numa agência de viagens que leva a sério a ideia do “Culto ao sol”. »
Pedro Moura, in Ler BD